Sair sozinha! Sim!

Saí sozinha hoje.

All by myself...

 

 

Não sou o tipo de pessoa que depende dos outros pra fazer tudo, mas sempre achei que me sentiria muito solitária indo ao cinema sozinha, comendo sozinha na praça de alimentação, vendo as lojas.

Não costuma julgar as pessoas que fazem isso, mas achei que sentiria falta de falar com alguém, "olha que legal!", "que blusa bonita!", etc.

Não senti!
Na verdade achei que foi uma atividade muito libertadora.
Coisa besta, sair sozinha=liberdade.

Mas foi, ótimo, não precisar esperar ninguém pra entrar no cinema, não escutar que o filme que vc queria tanto assistir era previsível, não precisar escolher um lugar pra comer junto.

Pensar "acho que vou andar até a estação Trianon ao invés de pegar o metro Consolação" e não precisar consultar ninguém.

Acho que esse pode ser um estilo de vida ao qual eu me adaptaria muito bem.

Por que ser infeliz?

Sempre me pergunto isso, por que alguém escolheria a infelicidade, quando a felicidade está logo ali, sempre na porta?
Não estou dizendo que deveríamos ser felizes apenas porque é o que a mídia diz. Todos os dias, toda hora, em todo lugar. Isso é muito artificial. Como tomar soma depois do trabalho e esquecer que nascemos Deltas que querem ser Alfas.
Acho apenas que a felicidade atraia felicidade, e quantos mais momentos felizes vc tiver, mais feliz será no overall.

Ah, mas eu tenho tantos problemas...
Ah, mas é uma fase... Isso vai passar...
Ah, amanhã as coisas serão diferentes...
Ah, é tão difícil!

A vida é difícil!
Mas vc escolhe todos os dias como encará-la!
Acho que mais do que apenas uma visão de vida, é uma questão de força interior.
A pessoa feliz, é feliz, porque soube contornar os problemas, escutou as críticas e cresceu.
Ela usou as pedras para fazer sua estrada e continuar em frente e não para construir um muro e usá-lo como desculpa para não sair do lugar.

Ah, mas coisas são assim mesmo.
Não dá pra mudar a vida...

Acabou...

Foi difícil, mas acabou.
Foram anos de briga e depois de silêncio.
O silêncio foi o início do fim.

Saudades de nada!

Estava aqui tão ocupada com os meus dias que esqueci de vir te ver, esqueci daquele simples "oi, tudo bem?", daquele sorriso, que a gente dá mesmo a distância pro outro para que ele saiba que o reconhecemos e nos alegramos com sua visão. Quase esqueci de como era colocar o papo em dia, jogar conversa fora, sorrir por bobagens, aliviar aquela dor no coração, causada pelo sufocamento diário daquilo que você não pode falar, desabafar.

 É engraçado como a vida toma tempo, né?

A gente fica procurando slots nas agendas para tudo: tomar banho, escovar os dentes, ir para academia, comer, arrumar a bolsa, trabalhar, ir para faculdade, conversar com os amigos, fazer compras, arrumar o quarto, comer (6 vezes ao dia!), dar atenção para os cachorros, pegar o metro, pegar o onibus, escolher roupas...

Ufa, tanta coisa pra fazer, que a gente se acomoda, se joga na rotina, guarda tudo que não é assim "essencial" num cantinho e fala "daqui a pouco eu terei tempo pra isso".

Mas onde foi parar esse "tempo para isso"?

Onde foi parar aquele tempo para andar sem direção, dormir sem hora para acordar, sair sem hora para voltar, sorrir sem hora para ficar sério?

Tem hora pra tudo, sempre ouvi dizer.

Mas e a hora pra nada?



Como disse Pollyanna, às vezes, precisamos de tempo para apenas viver...